A Fotografia, o Medo e o Horror
Todo fotógrafo quer mostrar a beleza a arte e o que agrada aos olhos. Porém não podemos esquecer da história, do registro, a lembrança dos fatos.
Qual seria a extensão da importância que daríamos a segunda guerra se não fossem as imagens registradas pelos fotógrafos da época? O horror dos campos de concentração e devastação causada pelos nazistas.
Robert Capa fotografou conflitos e deixou registrada a lembrança do que o ser humano pode fazer.
Sebastião Salgado fotografou com detalhes exclusivos o atentado ao presidente Ronald Reagan. Registrou o ato para toda a história. Porém sua obra não se resume a este único fato e seu legado vai muito além.
Estar no momento da ação, do perigo, estar atendo aos detalhes e informações, as pessoas, comportamentos, movimentos, foco, ISO, abertura, velocidade, enquadramento e harmonia em todo um drama ao vivo.
Nós queremos a beleza e a arte, mas precisamos de nossa história, para lembrar, para não incorrer nos mesmos erros, para melhorar e zelar pelo porvir.
Um exemplo de pouca memória é a explosão nas caldeiras da Ceval (atual Bunge) nos anos 80. A falta de material de informação não me permitiu lembrar sequer o ano correto.
O incidente no armazém com produtos químicos em São Francisco do Sul foi um capítulo sem precedentes na história da cidade. Muitas pessoas irão dizer que agora é o momento de esquecer, porém isso não nos isentará de erros futuros.
Devemos sim lembrar e tomar como referência para todos os ajustes de forma que isso não volte a ocorrer.
O poder da fotografia está no contexto dessas mudanças.
Anderson Neomar Gomes
Imagens do incidente. Algumas disponíveis na AGP – Agência PhotoPress.
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